sábado, 8 de agosto de 2009

Pausa na vida

Estou saindo de um resfriado muito forte. Nesses tempos é melhor falar assim. Apesar de ser um resfriado me obrigou a dar uma pausa nas coisas importantes da vida. Ganhei um passaporte para não fazer nada. Quem exige um passaporte para não fazer nada? Talvez você se pergunte. O fiscal mais severo que eu conheço, eu mesma.
Tenho um livro que fala sobre doenças e suas causas, não essas físicas, mas as emocionais e espirituais e nele a gripe é descrita como uma forma do corpo fazer você parar um pouco. Tudo em você está precisando de uma pausa, corpo, mente e espírito, mas claro que você não pode parar. Ninguém pode parar. Temos tantas coisas para fazer. Bem, então o corpo que é esperto fica doente e então nada mais tem a mínima importância. Nada parece mais importante do que deitar na sua cama e ficar lá sem fazer nada. Já perceberam que todas as pessoas que têm alguma doença grave, dessas que a morte passa a ser uma possibilidade, mudam a forma de olhar a vida e suas prioridades.
Tentei escrever aqui, mas nada parecia funcionar. Eu parava no segundo parágrafo. Percebi, então, que o silêncio é de ouro. A palavra escrita também. Mas pensei muito sobre porque as pessoas correm tanto. Onde será que acreditamos que iremos chegar?
Então lembrei de um filme em que dois personagens estão doentes, com pouco tempo de vida. Eles resolvem então fazer tudo o que gostariam de ter feito, mas até aquele momento tinham adiado. Agora com o passaporte da morte isso seria permitido, nada mais tinha importância.
Um deles falou que depois da morte ele teria que responder duas perguntas e aqui vão elas:
Você foi feliz? Você fez alguém feliz?
Estou pensando na minha resposta nesse momento de pausa. Pense na sua.

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