quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Melhorando a visão

Quando olhamos um quadro muito de perto, não conseguimos enxergar o total, as vezes a figura não se forma, mas damos uma distância e ele se revela. Hoje pensei na vida assim. As vezes precisamos dar uma distância dos acontecimentos, do nosso cotidiano, da nossa vida para podermos ver o quadro melhor.
Talvez se temporariamente dissermos não sei o que fazer, vou pensar, vou dar uma volta, suar bastante e na volta conversamos. Com certeza na volta nossa visão estará mais clara. A raiva terá passado. Mas as vezes insistimos em não sair do lugar até que tenhamos falado tudo, resolvido tudo, colocado tudo o que não dissemos antes. Geralmente não resolvemos nada e saimos pior do que entramos.
Dar a distância para ver faz mudar o quadro e muitas vezes temos medo das mudanças. Melhor ficar no sofrimento conhecido, porque nele conhecemos quem somos, ou melhor conhecemos nossas maneiras de sofrer.
Mudar pode trazer um sofrimento novo, desconhecido, mas também pode trazer alegria, entusiasmo e principalmente uma nova visão de nós mesmos e do quadro da nossa vida. Podemos resolver continuar com o mesmo quadro, mas percebemos que precisamos tirar o pó dele, restaurar as cores ou mudar a moldura.
Eu li que a ação combate o medo. Estou ensaiando para fazer um telefone há dias e o medo de fazer esse telefonema foi aumentando. Hoje acordei e liguei. Acabou, passou. Estou livre.
Dar o primeiro passo para trás para olhar o quadro da nossa vida requer uma ação. Essa ação é fundamental para combater o medo de olhar, avaliar e mudar.

sábado, 22 de novembro de 2008

Empatia

Estou na praia. É sábado e está chovendo muito. Uma semana de chuva. Encontro as pessoas e todas falam da chuva. Ela é o assunto principal. Claro que acordo irritada. Queria ir andar, tomar sol e se possível entrar no mar. Aproveitar o dia. Estou muito frustrada com essa chuva.
Enquanto faço o café, eu olho pela janela e a chuva me irrita mais ainda, mas de repente lembro do homem que aluga cadeiras e guarda-sóis na praia. Depois lembro da mulher que passa vendendo cangas, vestidinhos de praia. Depois lembro que estou em uma cidade de praia que vive de turismo. Hoje nenhum deles vai ganhar nada. Sábado passado estava sol e a rua estava lotada de carros. Hoje apenas a chuva e o vento.
Minha frustração foi passando. Entendi o que o sol representa para algumas pessoas. Eles esperam essa época o ano todo. A cidade se prepara para receber pessoas. Para mim hoje o sol significaria apenas prazer, para eles trabalho.
Empatia, segundo o dicionário, é tendência para sentir o mesmo que outra pessoa. Se colocar no lugar de outra pessoa. Tenho percebido que quando consigo fazer isso, sempre fico melhor e resolvo melhor as coisas a minha volta.
Quando conversamos na maioria das vezes não escutamos o que o outro está falando. Ficamos só esperando a deixa para elaborar a nossa fala. O outro faz o mesmo. Não resolvemos nada. Não comunicamos nada.
O outro sofre e eu elaboro falas que nada ajudam. Eu sofro e não sou entendida. O outro não me escuta e fala coisas que não dizem nada para mim. Cada um sofrendo por estar absolutamente certo e não ser compreendido nos seus sentimentos.
Mas e se eu tentar ouvir o outro realmente e me colocar no seu lugar e entender seus sentimentos. Ah! Mas por que a outra pessoa não faz isso? Por que ela não se coloca no meu lugar e me entende? Bem, podemos então ficar assim. Esperando que o outro mude para resolver a situação. Eu tenho escolhido mudar a única pessoa que eu percebi que tenho poder sobre ela. Eu mesma. Só posso mudar a mim mesma. E eu quero viver bem e ser feliz. Então tenho deixado o orgulho de lado e procurado ter empatia pelas outras pessoas.
Lá fora, nesse exato instante em que escrevo aqui, o mundo está caindo. A chuva forma um rio na rua. Eu estou calma, tranquila. Minha frustração passou. Já pensei em outras formas de fazer meu dia ser alegre e feliz. Vou ler um livro, assistir um filme e brincar com minha filha.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Conchinha na internet

Depois de uma semana de chuva, o sol voltou a brilhar. Andei na praia e observei a vida acontecendo. Pessoas indo e vindo. O mar de uma cor azul . Andei, senti o sol no rosto, o corpo suou bastante levando embora o mofo de algumas depressões.
Pensei nas conchinhas que já colhi, mas não dividi. Resolvi então partilhar uma conchinha preciosa que esbarrou em mim. Entrei na internet. Fui nos meus e-mails. Li todas as notícias do dia. Depois resolvi ver como estava o meu orkut. Eu fiz e esqueci.
Resolvi entrar no orkut de conhecidos, parentes e lá encontrei minha conchinha. Uma foto dos meus avós que estão brilhando lá no céu. Saudade e um sentimento de voltar para casa. Encontrei outras fotos de família e em algumas estava eu. Encontrei comigo em outros tempos e senti ternura.
Por que estou dividindo isso? Porque talvez você esteja triste nesse momento, como eu estava quando encontrei esses pequenos tesouros. Eles me fizeram lembrar de algumas pessoas que hoje estão longe de mim, mas que sempre farão parte da minha história.
Na correria dos dias, já estamos quase no natal novamente, vamos ficando presos em tantas coisas, obrigações, contas que esquecemos de lembrar que todos os dias estamos escrevendo a nossa história.