segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Colher o dia

Ano passado eu visitei Pompéia, a cidade destruída pelo vulcão Vesúvio. Nosso guia era um poeta que amava o que fazia. Não permitia conversas paralelas enquanto contava os fatos, entre uma poesia e outra. As mulheres adoraram. Acho que os homens também, apesar de não admitirem.
Aquelas pessoas estavam nos afazeres do dia a dia, quando de repente o vulcão se fez presente, levando tudo. Acabando com tudo. De repente.
Assim é a vida. Achamos que seremos avisados, que temos muito tempo, que podemos protelar e então, de repente, num único instante tudo acaba, termina, muda. Sem aviso. Sem hora marcada.
Ah! Mas não é de tristeza que quero falar, porque ontem lembrei do meu guia poeta. No meio daquela linda destruição, porque Pompéia é linda, ele falava em beleza, vida, felicidade. E lembrei dele ao ler em outro livro uma palavra que ele falou muitas vezes. Carpe diem, cujo significado é colher o dia , aproveitar o momento, viver o presente, estar presente no hoje.
Você aproveitou o seu dia? Você fez o melhor que pode hoje? Você esteve presente hoje? Perguntando isso lembrei de quando a gente respondia a chamada na escola e falava presente. Acho que muitas vezes o corpo estava presente, mas a mente estava em algum lugar do futuro. Será que não continuamos assim?
Naquele dia em Pompéia recebi uma linda lição. Nosso guia ao se despedir de mim, apertou minha mão e novamente disse CARPE DIEM. Atrás aquele cenário que confirma que somos finitos. Mas eu esqueci . Ontem eu lembrei e com a lembrança veio uma presença no meu dia. A minha presença. E desde então estou sorrindo e minha alma está feliz em poesia.
Rosana! PRESENTE.
Você!______________

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